De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento E em louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes
Sejam bem vindos ao meu site "Refúgio para sonhar" Este é o espaço que poderão simbolizar tudo que não pode ser real, aqui ninguém será anormal. Salete Souza Moreira.
Torva, febril, torcicolosamente, Numa espiral de elétricos volteios, Na cabeça, nos olhos e nos seios Fluíam-lhe os venenos da serpente.
Ah! que agonia tenebrosa e ardente! Que convulsões, que lúbricos anseios, Quanta volúpia e quantos bamboleios, Que brusco e horrível sensualismo quente.
O ventre, em pinchos, empinava todo Como reptil abjecto sobre o lodo, Espolinhando e retorcido em fúria.
Era a dança macabra e multiforme De um verme estranho, colossal, enorme, Do demônio sangrento da luxúria!